tag:blogger.com,1999:blog-8001533744656968533.post5325073124451749023..comments2023-03-31T06:29:20.107-03:00Comments on Tomatadas: Esquerda investiu no caos e os bandidos tiraram proveitoLuis Dinizhttp://www.blogger.com/profile/04013768708753131318noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-8001533744656968533.post-35294830152324346452013-06-25T10:09:37.606-03:002013-06-25T10:09:37.606-03:00Excelente comentário, Alexandre! Estou de pleno ac...Excelente comentário, Alexandre! Estou de pleno acordo com você. A propósito, você se incomodaria se eu mandasse o seu comentário em um texto único para o Grupo de discussão do Escola Sem Partido? Talvez o coordenador do ESP ache interessante publicá-lo no site.<br />Luis Dinizhttps://www.blogger.com/profile/04013768708753131318noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8001533744656968533.post-5056316272576492582013-06-24T12:30:09.436-03:002013-06-24T12:30:09.436-03:00(continuação)
2. "inconsciente de esquerda&qu...(continuação)<br />2. "inconsciente de esquerda": quando falei em vazios e lacunas, tem a ver com este inconsciente. Nós esposamos uma bibliografia com alguma conotação ideológica (de esquerda), mas sem a devida crítica e sem contrapor a outras visões. Nós vamos usar as obras de Eric Hobsbawn e Pierre Bourdieu e simplesmente aceitamos o que de mais ideológico há neles sem chamar atenção para isto. Nestes 10 anos, por exemplo, nunca tive um professor que sugerisse Raymond Aron; ou vi alguma disciplina que pretendesse trabalhar o pensamento liberal. É possível encontrar gente afirmando que a obra de Max Weber é apenas um refinamento das ideias de Karl Marx ou um diálogo com seu fantasma, dando a impressão de que a obra do segundo é mais importante ou superior que a do primeiro, mantendo a primazia do pensamento marxista. Este "inconsciente", que é adequado à mentalidade "progressista" que vemos hoje, sobretudo na internet, é observado na escolha de temas de pesquisa e no tipo de teoria mobilizada para falar bem ou mal do objeto de pesquisa. Cria-se um universo simbólico a partir do qual determinadas ideias e práticas passam a ser consideradas legítimas ou naturais(como defender passe livre e violência), mesmo por pessoas que, penso eu, talvez não se sentissem muito à vontade ao lado partidos/movimentos de extrema esquerda como PSTU, PCO e congêneres (o PSOL é um caso um pouco diferente, pelo menos no RJ, me parece). Neste sentido, concordo com suas colocações. Acredito que falte sensibilidade por parte de outras pessoas (dentro ou fora da academia) para perceber que, muitas vezes, este "stalinismo" é mais sublimado. Tomando de empréstimo uma metáfora de Vilém Flusser, parece que caminhamos no interior de um labirinto de algodão. Nós não sentimos, mas nos perdemos lá dentro e somos afetados por ele. <br />Não sei se consegui me fazer claro, não imaginava escrever tanto em um comentário, o que atrapalha bastante uma reflexão um pouco mais rigorosa, mesmo que num tom "ensaístico". Faltou, inclusive, falar da questão da socialização e da vigilância destes pequenos grupos de extrema esquerda no interior da universidade, mas já escrevi demais. Continue com estas postagens verdadeiramente críticas. <br />Alexandrenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8001533744656968533.post-81715549151917495882013-06-24T12:29:37.924-03:002013-06-24T12:29:37.924-03:00Caro Luis,
desde que descobri seu blog tenho lido-...Caro Luis,<br />desde que descobri seu blog tenho lido-o com bastante gosto, satisfeito por encontrar alguém no interior da academia que não apenas discorda do que ocorre, sobretudo, nos centros de ciências sociais e humanas, mas também que não se omite ao assumir uma postura de "cientista" a qual impede de tecer qualquer comentário sobre o que ocorre no mundo ao seu redor. Estes cientistas alegam precisar de mais tempo e mais dado para fazer qualquer comentário, e assim eximem-se de se manifestarem, como se a realidade social não lhes dissesse respeito.<br />O incentivo para comentar em seu blog foi a postagem anterior, pois gostaria de complementar com algo que, acredito, ao não ser devidamente sublinhado, provoca comentários como o utilizado para sua postagem, dando a impressão de que críticas como a sua (ou as minhas) são quase paranoicas ou exageradas.<br />Eu fiquei 10 anos, entre graduação, mestrado e doutorado, nas áreas de ciências sociais e história em universidade públicas, então tenho algum conhecimento de como as coisas mais ou menos funcionam. Posso dizer que tive pouquíssimos professores que defendiam abertamente ideias de esquerda em sala de aula (talvez eu tenha dado muita sorte), e isto na graduação - na pós não houve nenhum. Em princípio isto significaria que não concordo com suas colocações, mas não é isto, pois acredito que haja professores assim e nos vários níveis (no Rio de Janeiro, acredito que a UFF seja particularmente assim). Imagino que algumas pessoas não entendam suas críticas (como o autor do comentário), pois tentam enxergar uma dominação mais explícita no meio acadêmico, devem imaginar que há aulas como aquela do filme "A vida dos outros", onde o professor/agente da Stasi trata da prática de interrogatórios e afirma aos alunos que "seus prisioneiros são inimigos do socialismo". Afora os casos de violência sobre os quais você já falou, acredito que compreender esta situação da academia requeira uma sensibilidade um pouco maior para determinados vazios e silêncios, geralmente pouco percebidos. (Aliás, estão aí os tabus das pesquisas acadêmicas, e não no funk carioca ou na cultura popular como muita gente gosta de afirmar). Acredito que haja, pelo menos, dois pontos que realçam a existência de certo "esquerdismo" dominante nas áreas de humanidades (mas que passam despercebido por outras pessoas).<br />1. naturalização do socialismo/comunismo: a presença de partidos políticos e movimentos de extrema esquerda no interior das universidade, nos CAs e DCEs, com murais para propaganda, com o uso livre do ambiente universitário para encontros, parece ser tido como algo natural ou normal. Espera-se que haja esta presença ali dentro. Ela é normatizada e ninguém se incomoda ou percebe algo de errado. Além do mais, ambos são vistos como coisas inerentemente boas, daí não haver oposição a sua presença, afinal, quem em sã consciência irá se opor a algo que luta apenas pelo que é bom, belo e justo?<br />(continua)Alexandrenoreply@blogger.com