Para demonstrar os efeitos nefastos da doutrinação ideológica no ensino médio, em meu último livro, analisei duas obras didáticas de José W. Vesentini, o responsável pela introdução das ideias da geografia crítica e radical nesse segmento do mercado editorial brasileiro (Diniz Filho, 2013). Usei as edições de 1996 e 1998 de Brasil: sociedade e espaço e também a edição de 2005 de Geografia: geografia geral e do Brasil para revelar como os livros que seguem a pauta da geocrítica distorcem completamente a realidade brasileira pelo mau uso que fazem das informações estatísticas e pelo modo como perpetuam explicações anacrônicas e simplistas sobre agricultura e alimentação no Brasil.
Pois bem. Decidi checar um livro mais recente, que é Geografia: o mundo em transição (Vesentini, 2013) para ver se teria havido alguma melhora nos últimos anos. Não que eu esperasse melhora, na verdade, mas, por desencargo de consciência, fui verificar. Resultado: nesse livro, Vesentini reproduz, com poucas alterações, passagens inteiras dos livros que eu avaliei, repetindo os mesmos conteúdos distorcidos e incorrendo nos mesmos erros!