Não foram impostas restrições à mobilidade de residentes, e empresas, como restaurantes e salões de beleza, permaneceram abertas. Não foram implantados aplicativos de alta tecnologia que rastreavam os movimentos das pessoas. O país não possui um centro de controle de doenças. E, mesmo quando os países foram exortados a "testar, testar, testar", o Japão testou apenas 0,2% da população, uma das taxas mais baixas entre países desenvolvidos. No entanto, a curva foi achatada, com mortes bem abaixo de mil, de longe o menor número entre países desenvolvidos do G-7. Em Tóquio, com alta densidade populacional, os casos caíram para um dígito na maioria dos dias (aqui).
O jornalista Leandro Narloch, em seu Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, avisa que "já é hora de jogar tomates na historiografia politicamente correta". Este blog faz a mesma coisa com a geografia e o sistema de ensino atuais, que carregam os mesmos vícios. E está explicado o título do blog. Por Luis Lopes Diniz Filho
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
A arte das comparações estatísticas desonestas numa matéria da BBC
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
"Bacurau" é só propaganda ideológica de baixa qualidade
Assisti Bacurau faz algum tempo e não vi nenhuma dessas qualidades que o crítico Luiz Carlos Merten atribui ao filme (aqui). A obra não faz reflexão política e social coisa nenhuma. É só um monte de clichês esquerdistas a serviço de um maniqueísmo político primitivo, que opõe nacional e estrangeiro, dominantes e "excluídos".
E a falta de inteligência e o primitivismo político do filme refletem bem o modo de (não) pensar de Kléber Mendonça, que dirigiu esse filme e também Aquarius. Quando Aquarius foi exibido em Cannes, o elenco e a equipe técnica do filme protestaram contra o suposto "golpe" que teria derrubado Dilma! Ou seja, contaram uma mentira descarada para fazer propaganda partidária e, de quebra, dar visibilidade ao filme. No caso de Bacurau, vale dizer que esse filme tem ainda o defeito de ser didático na exposição de seus clichês políticos maniqueístas e que não se salva nem como filme de ação, já que as cenas de combate são muito pobres em comparação com o que o cinema e a TV americanos já oferecem disso todos os anos, às toneladas.
Enfim, é um lixo de filme, e a crítica nacional e internacional que o elogia só está interessada em usá-lo como peça de propaganda política contra Bolsonaro e Trump. Isso fica bem evidente no texto de Merten, o qual comenta a associação explícita que a crítica faz entre Bacurau e a oposição a esses políticos. Assim, não surpreende que essa crítica (incluindo Merten) aponte no filme qualidades que este definitivamente não tem.
As discussões sobre o filme refletem estes tempos de forte polarização política e ideológica, cuja consequência é o empobrecimento dos debates e das avaliações sobre obras artísticas. Chegamos assim ao ponto em que até uma parábola política maniqueísta e cheia de clichês ideológicos explicados na forma de diálogos didáticos pode ser qualificada por certa crítica como obra "audaciosa"!
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sábado, 21 de novembro de 2020
Negros que o movimento negro não quer celebrar (e que o Facebook apaga da história)
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Racismo: Facebook serve à mentira, à censura e à intolerância
- Comportamento violento e criminoso
- Segurança
- Conteúdo questionável
- Integridade e autenticidade
- Com respeito à propriedade intelectual
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Atila Iamarino: "vadia de holofotes" pode fazer boa divulgação científica?
- Os cientistas do Observatório Covid-19 BR só começaram a se preocupar com a subnotificação quando os números oficiais mostraram que as projeções catastróficas deles estavam sendo invalidadas pelos fatos, razão pela qual, contraditoriamente, deixaram de usar os dados oficiais para calcular a velocidade de duplicação do número de casos (aqui);
- Como o Brasil faz muito poucos testes, vários grupos de especialistas usaram comparações internacionais para estimar que o número real de casos deve ser de 8 a 14 vezes maior que o oficial, podendo chegar até a 20 vezes mais. Contudo, mesmo esses especialistas preferem não fazer estimativas sobre o número real de óbitos, já que isso é bem mais complicado (aqui).
- Outro problema com essas avaliações é responder à seguinte pergunta: se o número real de casos é tão grande, como é que os sistemas de saúde brasileiros, na maior parte dos casos, deram conta da demanda? Em abril, o Portal Covid-19 afirmou, com base num modelo matemático, que o número real de casos seria 15 vezes superior e, por isso, previu que o sistema de saúde do estado de São Paulo poderia mergulhar no caos em duas semanas (aqui). Essa previsão fracassou, muito embora o governo paulista tenha começado a relaxar o distanciamento já no começo de maio.
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
Pandemia: políticos agem com um olho nas urnas e outro no caixa do governo
- que a impopularidade causada por crises econômicas sempre atinge com intensidade o governo federal, mas não os governos locais;
- que poderiam pedir ajuda financeira para o governo federal (como sempre!) a fim de amenizar os efeitos das medidas de distanciamento;
- que várias pesquisas de opinião pública mostraram que a maior parte da população desejava a execução de medidas duras para barrar a pandemia, como o lockdown;
Assim, Doria e outros governadores contrariaram a maioria da opinião pública e abrandaram as medidas que, desde o início, eram mais brandas do que o recomendado por muitos epidemiologistas. O resultado foi que, depois de uma fortíssima queda da atividade econômica no mês de abril, houve leve crescimento nos meses de maio e junho, em comparação com abril (aqui).
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Doria versus Bolsonaro: o primeiro agiu certo
Não gosto de fazer previsões em assuntos nos quais sou leigo, como é o caso das políticas sanitárias para conter pandemias. Quando Bolsonaro entrou em guerra com vários governadores por conta das medidas contra o coronavírus, decidi não fazer avaliações antes de observar os resultados dessas medidas. As considerações que farei agora sobre o modo como o Brasil vem lidando com o problema vão ter como focos principais o governo federal e o do estado de São Paulo, que é o estado com maior número de casos e de mortes.
Escolhas trágicas
Mas não quero fazer uma análise moralista e ingênua, segundo a qual os políticos que agiram da forma como eu considero mais acertada assim fizeram por terem tido maior sensibilidade para a situação dos pobres sem descuidarem da pandemia. O homem reage a incentivos, afinal, e é ao considerar os incentivos que influenciam as decisões políticas que conseguimos entender melhor as escolhas dos dirigentes. No caso, os governadores agiram com um olho nas urnas e outro no caixa do governo. Trato disso no próximo post, pois este já ficou muito grande.
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