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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Mais da metade dos "grevistas" reprovou por não ter entregue os trabalhos!

Os cerca de 50 alunos da minha disciplina que não aderiram à paralisação estudantil do final de 2016 fizeram as provas (dentro das condições possíveis, tendo em vista os piquetes) e praticamente todos foram aprovados. No caso dos 15 pseudo-grevistas que solicitaram reposição de aulas, também era bem fácil passar. Conforme o plano de reposição aprovado no Colegiado de Curso de Graduação, bastaria entregarem cinco resenhas de cinco textos com temas pertinentes ao conteúdo ministrado no semestre. Ou seja, tiveram quase o mês de janeiro todo livre para fazer 5 trabalhinhos fáceis e que não demandavam mais do que umas poucas horas de esforço cada um. Mesmo assim, dos 15 "grevistas", 8 não entregaram nem uma resenha sequer!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eugênio Bucci esbanja "bullshit" ao falar da reforma do ensino médio

Eugênio Bucci é, sem dúvida, o pior articulista que a revista Época publica atualmente. Ele tem a esperteza de reconhecer fragilidades nos argumentos da esquerda para ser visto como um autor moderado e lúcido, mas, logo em seguida, agride os fatos e usa de muita bullshit para manipular as emoções de seus leitores em favor dos esquerdistas. 

No texto Ainda sobre ocupar escolas (Época, n. 961, 14 nov. 2016, p. 24), ele chama os invasores de escolas de "adolescentes" e de "estudantes", muito embora grande parte deles, ou talvez até a maioria, seja formada por adultos que nem sequer cursam o ensino médio. Depois, afirma isto:
Essa meninada (sic) tem razão? É muito fácil dizer que não tem. Os argumentos que apresenta são pouco elaborados, desinformados, mal fundamentados.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Fato: menos filhos por mulher reduziu a pobreza e a desigualdade

Os economistas já debateram bastante as causas da queda da desigualdade de renda medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, queda essa que começou na segunda metade dos anos 1990 e durou até aproximadamente 2012. A maioria aponta os programas de transferência de renda, instituídos de 2001 em diante, como um dos fatores responsáveis pela desconcentração. Mas mesmo os defensores mais enfáticos dessas políticas estimam que elas responderam por cerca de um terço da queda da desigualdade ocorrida nos anos de 2001 a 2005 (quando esta foi particularmente rápida), posto que os outros dois terços são explicáveis por mudanças demográficas e no mercado de trabalho (Diniz Filho, 2013).

Bem, um pequeno problema com esses estudos, dos quais eu já tratei aqui e aqui, é que eles são trabalhos técnicos e, portanto, escritos em linguagem pouco acessível e com conclusões carregadas de nuances e estimativas. Daí a vantagem do Guia politicamente incorreto da economia brasileira, de Leandro Narloch, como fonte de divulgação de informações. Além de tratar do assunto em linguagem jornalística, esse livro, fiel ao objetivo de desmontar os discursos e propostas de gente que se julga bem intencionada por dar as costas à racionalidade econômica, enfatiza a importância da queda da natalidade e da fecundidade na redução da pobreza, da desigualdade e do desemprego. 

terça-feira, 29 de março de 2016

Sobre o "Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira"

Dos vários Guias publicados pelo jornalista Leandro Narloch, eu já li o da história do Brasil, o da história da América Latina (escrito em parceria com Duda Teixeira) e o Guia politicamente incorreto da economia brasileira (Leya, 2015).

O primeiro e o segundo têm como alvo o nacionalismo, tanto de direita, quanto de esquerda - daí a merecida lambada que o autor dá em Gilberto Freyre. Mas é claro que, como o ensino brasileiro de história é, na atualidade, amplamente dominado pelo esquerdismo, o autor lança muito mais contestações contra os mitos e falsos heróis fabricados pela historiografia de viés marxista. Por isso mesmo, os Guias que tratam de história são leituras obrigatórias para todos os não historiadores interessados em entender os conflitos políticos do presente, pois não há como ter um entendimento equilibrado e adequado desses conflitos sem destruir o véu de mentiras ensinadas na escola. 

Já quanto ao Guia politicamente incorreto da economia brasileira, creio que esse livro é o mais útil e importante dos três, mas, ao contrário do que acontece com os outros, há opções de leitura até melhores sobre esse tema.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Linchadores não são vítimas

A Veja publicou esses dias uma matéria de André Petry sobre o linchamento de Fabiane Maria de Jesus, que foi confundida com um retrato falado, divulgado nas redes sociais, de uma suposta sequestradora de menores que faria rituais de "magia negra"... Depois de esmiuçar a propagação dessa boataria irresponsável nas redes, além de descrever as torturas a que a vítima foi submetida antes de morrer, chega a hora do artigo ensaiar uma explicação para o grave problema dos linchamentos:

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ioschpe: Aécio tem melhor programa para educação

Gustavo Ioschpe é, sem sombra de dúvida, um dos melhores especialistas brasileiros em educação. E ele acabou de fazer uma análise objetiva e ponderada dos programas dos três principais candidatos à Presidência para essa área. 

Conforme ele ressalta logo no início no texto, avaliar os programas para a educação não implica fazer uma declaração de voto e nem uma análise global dos candidatos e de suas propostas de governo. E ele está certo nisso, é claro. Mas também é inegável que, sendo o aumento da qualidade da educação crucial para o desenvolvimento econômico e para consolidar o regime democrático, devemos dar uma importância bastante grande às propostas feitas pelos candidatos nessa área.

Sinteticamente, Ioschpe conclui que as melhores propostas são de Aécio Neves, que as de Dilma ficam em segundo lugar e que as piores de todas são as de Marina Silva. Quem desejar ler o artigo todo, que é um pouco extenso, só precisa clicar no link abaixo indicado. Na sequência, seleciono algumas passagens especialmente esclarecedoras.

Boa leitura!

sábado, 19 de outubro de 2013

"A ONU é uma estatal mundial". Prova disso é o IDH

A frase que serve de título para este texto é do geógrafo Wanderley Messias da Costa, que a proferiu durante uma aula de pós. Realmente, o primeiro e maior objetivo da ONU é convencer a opinião pública de que existe uma contraposição entre desempenho econômico e qualidade de vida para, com base nesse diagnóstico falso, propor soluções políticas voluntaristas e, assim, justificar o dinheiro despendido na manutenção e ampliação dos aparelhos técnicos e burocráticos da própria instituição.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Lei que tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígenas é inútil

A única vantagem que a velhice traz é a memória (mesmo assim, só se o Alzheimer não chegar...). Quando cursei o ensino fundamental, as aulas de história e de geografia seguiam uma diretriz nacionalista que, embora não fosse explícita, refletia-se nos conteúdos ensinados. Aprendíamos sobre os heróis nacionais e víamos a história do Brasil como um processo de construção coletiva na qual pessoas de diferentes raças e culturas se misturavam e cooperavam, criando um povo original. Daí que, todo mês de abril, quando se comemora o dia do índio, aprendíamos sobre as contribuições dos povos nativos à cultura brasileira contemporânea. O hábito de tomar banho diariamente, o consumo de alimentos como a mandioca, o uso de muitas palavras de origem indígena, e assim por diante. Certa vez, nossa escola foi visitada por três representantes de uma tribo indígena que foram lá para contar aos alunos como era o modo de vida deles.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Professores do Rio põem em prática a violência que ensinam nas escolas

Quando estouraram as badernas de junho, motivadas pela ideologia esquerdista que alimenta o Movimento Passe Livre e grupos do tipo Black Boc, alertei para o fato de que esses vândalos se sentiam justificados pelo que tinham aprendido nas escolas (ver aqui). Após apresentar uma série de evidências para demonstrar que a escola brasileira apoia abertamente a violência insurrecional e ditaduras comunistas, indaguei: até que ponto o sistema brasileiro de ensino não tem responsabilidade indireta nas explosões de violência a que estamos assistindo, já que divulga as ideologias socialistas que servem de base para as ações truculentas de certas pessoas convocadas a ir às ruas pelo Passe Livre?

sábado, 28 de setembro de 2013

Eu também odeio o Chris. Ou: da relatividade da pobreza

Quando falo aos meus alunos sobre a pobreza, costumo fazer a seguinte brincadeira: "vocês já viram a série Todo mundo odeia o Chris? Pois eu também odeio o Chris!". Começo a explicar o motivo dizendo que, como todos sabem, a história desse sitcom (que eu acho bem divertido, embora tenha visto poucos episódios) é fictícia, mas baseada na vida do ator Chris Rock, o qual também foi produtor executivo da série e narrador dos episódios. Acontece que boa parte das piadas tratam de quanto ele e sua família eram pobres: "a gente era tão pobre que dividia até o sono"; "a gente era tão pobre que isso e mais aquilo". Mas, quando eu observo o padrão de vida que os personagens levavam no período em que a série se passa, os anos 1982 a 1987, constato que, se ele era pobre, eu já fui miserável!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Não pretendo fundar uma nova corrente de pensamento geográfico

Na última disciplina que ministrei junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, um dos professores que participaram fez uma pergunta muitíssimo interessante. Ele comentou que, como eu estava fazendo uma série de refutações a autores e teses pertencentes à geografia crítica ou radical (já que a proposta da disciplina era justamente questionar os conteúdos da geografia escolar informados por essa corrente), qual seria então a nova escola de pensamento geográfico que eu teria a propor em substituição a esta? Minha resposta foi que eu não tinha o objetivo de substituir uma vertente de pensamento por outra e que nem achava possível fazer isso na geografia.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Crianças jogam fora merenda escolar saudável! É justo o Estado pagar por isso?

Na semana passada, tive o prazer de ministrar um curso para professores de geografia da rede pública do Paraná no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Entre diversos questionamentos e perguntas interessantes feitas pelos professores, vou destacar agora uma revelação que desfaz a imagem popular a respeito dos alunos da rede pública e da pobreza brasileira. Ocorre que, durante uma discussão sobre a abordagem que os livros didáticos fazem dos temas da reforma agrária e da fome, os professores contaram que, nos colégios em que lecionam, existe um enorme desperdício de merenda escolar, especialmente depois de ter sido adotada a diretriz de fornecer alimentos menos calóricos!

domingo, 18 de agosto de 2013

IDH prova que crescimento econômico é fundamental. E nós vamos de "pibinho"...

Faz décadas que acadêmicos, ambientalistas, militantes políticos e burocratas da ONU esperneiam contra a ideia de que o crescimento econômico seja uma condição necessária para a elevação da qualidade de vida, especialmente dos mais pobres. Afirmam ser essa uma visão "economicista" que precisaria ser substituída por uma ética que colocasse o homem em primeiro lugar. Daí concederem muito mais importância à distribuição de renda do que ao crescimento econômico e insistirem que o importante não é a elevação da renda per capita em si mesma, mas a forma como as sociedades se organizam para transformar os frutos do crescimento econômico em qualidade de vida. E foi no contexto desse tipo de debate que surgiu o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, indicador síntese que, mesmo sem negar a importância social do crescimento da renda per capita, serviria como um indicador muito mais eficiente de qualidade de vida e, por conseguinte, um instrumento muito mais útil para o planejamento de políticas públicas do que a renda per capita tomada isoladamente.

domingo, 2 de junho de 2013

Se existir uma "cultura negra", ela é homofóbica

Fonte: TURRER, R [com PEROSA, T.], 2012.
Estou entre aqueles que rejeitam a ideia de que existam identidades nacionais ou continentais. Mas concordo que existem valores que são mais disseminados entre os indivíduos que formam determinados povos, valores esses que acabam definindo comportamentos que tendem a ser predominantes dentro desses povos e que, por isso, acabam muitas vezes moldando as instituições de um país ou grupo de países. É por isso que, embora eu rejeite a visão de Gilberto Freyre sobre a existência de um "caráter nacional" brasileiro, concordo que esse autor conseguiu captar apropriadamente o fato de que o racismo nunca foi um elemento estruturador da sociedade brasileira, ao contrário do que se vê na história de outros povos.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Neurociência demole construtivismo

Já li várias vezes que o Brasil é o único país do mundo onde o construtivismo é levado a sério e que esse é um dos motivos que explicam a baixa qualidade do nosso ensino. Em vista disso, resolvi compartilhar aqui uma passagem de entrevista concedida pelo neurocientista Stanislas Dehaene, o qual acusa a ineficácia do construtivismo e de outros métodos "globais" de alfabetização. Aliás, embora a entrevista não fale nada sobre o mal chamado "método Paulo Freire de alfabetização de adultos", vale lembrar que este é do tipo global!

Boa leitura!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Arrogância dos professores

Se um professor do ensino fundamental e médio ler a minha tese e argumentar contra as conclusões que estão ali, eu jamais vou responder: "como alguém que nunca fez nem mestrado pode questionar um trabalho de pesquisa em nível de doutorado? Continue na sua sala de aula, gritando com adolescentes espinhentos, e deixe a pesquisa científica para quem entende do assunto". E eu não responderia assim porque isso implicaria lançar mão de um artifício retórico tão odioso quanto rotineiro, que é o argumento de autoridade. Mas os professores do ensino médio não hesitam em desqualificar argumentos desse modo, conforme exemplifica um comentário ao post Vesentini entregou o jogo sem querer, o qual reproduzo abaixo:

quinta-feira, 21 de março de 2013

Cabeça de sindicalista

Faz alguns anos, eu estava conversando com um professor que também atua na gestão de um sindicato dessa categoria e flagrei um, como direi?, paradoxo muito revelador. Ele começou malhando os cursos de pós-graduação à distância, que, segundo ele, são de baixa qualidade, ou até picaretagem mesmo. Não acho que seja justo falar como se todos os cursos à distância fossem ruins, mas é certo que a qualidade de muitas dessas pós-graduações à distância (e não só as particulares, como também as públicas) merece ser questionada mesmo. Mas o interessante foi que, mais para o final da conversa, quando já estávamos falando de outros assuntos, ele contou que muitos professores do Paraná fizeram cursos de pós-graduação à distância cujos diplomas não são reconhecidos pelo MEC, o que os levou a solicitar ao sindicato que entrasse na Justiça para forçar o MEC a reconhecer tais diplomas. Veio então o comentário, feito com um sorriso meio amarelo: "é, eu mesmo sou contra esses cursos, mas sindicato tem que defender os interesses dos associados; então, já que eles pediram...". 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sindicatos de professores universitários também não querem saber de bônus

Imagem publicada no blog do professor Adonai Sant'Anna
Um professor fez um comentário ao texto Pesquisas atestam o papel nefasto dos sindicatos de professores e, como a minha resposta acabou complementando a discussão feita ali com informações sobre a universidade, avaliei que seria interessante transformá-la em um post. Vejamos os questionamentos dele e, na sequência, a minha resposta.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CQD: Pesquisas atestam o papel nefasto dos sindicatos de professores

No texto Premiar os melhores professores, eu apresento uma série de críticas aos interesses corporativistas manifestos na retórica utilizada pela Apeoesp para repudiar a política de gratificação de professores executada pelo governo do estado de São Paulo. Trata-se de uma análise argumentativa que, ao pôr em destaque as contradições e truques retóricos dos sindicalistas e de seus paus mandados no jornalismo, revela o interesse daquela corporação em preservar o pacto de mediocridade que impera em nossas escolas. E há muitas evidências empíricas que corroboram as conclusões a que cheguei nessa análise, como se lê num ótimo artigo publicado estes dias por Gustavo Ioschpe. Embora sem mencionar os sindicatos, o autor apresenta resultados de pesquisas quantitativas para desmontar certos lugares comuns que os sindicalistas dessa categoria usam em sua pregação. Sendo assim, apresento abaixo duas alegações muito repetidas por sindicatos como a Apeoesp e as informações de pesquisas citadas por Ioschpe que justificam as minhas contestações:

domingo, 14 de outubro de 2012

O problema não são os alunos, muito menos um aluno

Recebi um e-mail que comentava o fato de que alguém reproduziu o post Baixa qualidade do ensino médio se reflete na universidade em provas anedóticas numa página do Facebook sobre geografia. Como não tenho Facebook, não sei o que andam comentando por lá, mas, a julgar pelo e-mail, é provável que os comentadores estejam mais interessados em fazer piadas do que em discutir a questão que eu propus, que é o caráter demagógico da política de cotas raciais e sociais. Como eu disse, tal política só serve para Lobões e petistas fazerem de conta que estão promovendo grandes mudanças na educação mesmo sem atacarem realmente o problema da qualidade do ensino.

Ora, os vários exemplos de erros anedóticos que eu citei serviam como evidências da má qualidade do nosso ensino médio. Não têm valor estatístico, mas ilustram o que algumas pesquisas recentes já vêm demonstrando, isto é, que os universitários brasileiros costumam apresentar sérias deficiências no aprendizado de língua portuguesa. Nesse sentido, em vez de as pessoas ficarem fazendo comentários na linha "pérolas do vestibular e do Enem", deveriam discutir a questão geral que eu propus. Afinal, se a falha está na má qualidade do ensino médio, conforme eu afirmei, qual é o sentido ou a utilidade de falar como se houvesse um problema com determinados alunos que escreveram isto ou aquilo?

Enfim, não acompanho o Facebook, mas me parece que é isso o que anda rolando por lá. Aliás, é por causa do tempo que as pessoas perdem com essas coisas, entre outras razões, que eu não tenho Facebook.

OBSERVAÇÃO - Não vou reproduzir o e-mail aqui por se tratar de correspondência privada, e eu não pedi autorização para reproduzi-lo, nem para dizer de quem é.