quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

PT tem culpa pelas mortes no litoral, pois fez aumentar a desigualdade e a pobreza...

Quase 50 pessoas morreram com as chuvas no litoral paulista, então é claro que a Oxfam e colunista da Folha não iriam perder a chance de usar as mortes para fazer proselitismo. Mandaram ver logo: a culpa não é das chuvas, é da desigualdade. E ainda acrescentaram que as mortes foram causadas também pelo "racismo ambiental" (sic).

A hipocrisia desse discurso está no fato de que jornalistas e militantes que dizem o óbvio - se não existisse pobreza, ninguém iria morar em áreas de risco... - saúdam a exploração política que Lula faz do episódio sem dizerem uma palavra sobre o fato de que, em sendo assim, é preciso reconhecer que Lula e Dilma têm sua parcela de culpa por tais mortes. Afinal, a desigualdade e a pobreza extrema aumentaram nos governos do PT!

Aos números

Os dados da PNAD mostram que houve uma importante queda do nível de concentração de renda a partir de 1995, com o Plano Real. E que essa desconcentração se acelerou de 2001 em diante, quando Fernando Henrique Cardoso instituiu os programas de transferência de renda que deram origem ao Bolsa Família. Em 2003, quando Lula chegou ao poder, o processo continuou, mas acompanhado de aumento da pobreza! Isso porque parte das pessoas que já tinha ultrapassado a linha de pobreza voltou a ser pobre com Lula, diminuindo a desigualdade entre a população de renda média baixa e a população mais pobre. Já no biênio 2004-2005, a pobreza voltou a cair com velocidade semelhante àquela dos anos 1994-1995, e a queda da desigualdade prosseguiu (aqui). Todavia, por volta de 2012, o processo de desconcentração de renda arrefeceu e, depois, inverteu (aqui).

Mas isso considerando só os dados da PNAD. Porque, quando se cruzam os dados dessa pesquisa com as informações do Imposto de Renda, descobrimos que, de 2006 a 2012, a participação dos 5% mais ricos na renda nacional subiu de 40% para 44%. Não bastasse isso, Dilma conseguiu fazer a pobreza extrema aumentar estupidamente em apenas dois anos. O número de pessoas com renda inferior a 1,90 dólares por dia, conforme a Síntese de indicadores sociais, do IBGE, passou de 9,18 milhões em 2014 para 10,94 milhões no ano seguinte e para 12,05 milhões em 2016. Quase 3 milhões de miseráveis a mais!

Conclusão

Se é verdade que, falando em termos muito gerais, existe uma relação óbvia entre pobreza e tragédias como a de São Sebastião, não há dúvida de que Lula e Dilma têm sua parcela de culpa nisso. Entretanto, militantes de ONGs e o jornalismo de esquerda continuarão usando os mortos para fazer proselitismo político e sem mencionarem o fato de que o lulopetismo deixou os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

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