quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Elio Gaspari é outro Sarney do jornalismo

Quando a incoerência dos argumentos usados por um jornalista para defender suas preferências ideológicas e partidárias é tão grande que toca as raias da desonestidade intelectual, é sempre o caso de perguntar se o autor tem um apego dogmático às suas convicções ou se ele está produzindo retórica para defender ideias e forças políticas nas quais ele próprio não acredita. É o caso de Mino Carta e de Paulo Henrique Amorim, jornalistas que, emulando o adesismo de políticos como José Sarney, estão sempre ao lado dos poderosos, sejam eles ditadores militares, Orestes Quércia, FHC ou o PT (ver aqui). 


É esse também o caso de Elio Gaspari. O sujeito vive pintando a si mesmo como defensor da "patuleia", como ele diz, contra os homens no poder; mas a incoerência e desonestidade dos argumentos que utiliza para atacar tucanos e defender petistas é tão grande que, a rigor, seus textos jornalísticos existem para iludir a patuleia que, sem conhecer-lhe o passado, perde tempo lendo o que ele publica - especialmente na Folha, o jornaleco que resolveu defender liberdade para corruptos logo que alguns petistas foram condenados por causa do mensalão. Felizmente, o jornalista Reinaldo Azevedo nos conta que Gaspari não hesita em estar ao lado dos poderosos contra a patuleia mesmo quando se trata de ditadores militares que se impõem pela violência! Vejamos duas pequenas passagens do texto de Azevedo (versão completa aqui):
[...] Gaspari, em 1970, na comemoração dos seis anos do regime militar de 64, escreveu a quatro mãos um texto que explicava por que o Ato Institucional nº 1, que cassava direitos políticos por dez anos, não tinha de ser enviado ao Congresso porcaria nenhuma! Afinal, na formulação de Francisco Campos, a que aderem os autores, era “a revolução que legitimava o Parlamento, e não o Parlamento, a revolução”. Gaspari chamava o golpe de “revolução” até se tornar historiador amador. Um pensamento lindamente totalitário! Enquanto ele escrevia aquilo, Serra estava exilado no Chile. Três anos depois, fugiria do Estádio Nacional por ocasião do outro golpe, o de Pinochet. De volta ao Brasil, não pediu indenização. Em matéria de convescote com a elite reacionária, Gaspari, definitivamente, não tem lições de moral a dar a Serra. [...] Como sou bobo, defendo quem não tem poder. Os mais inteligentes do que eu preferem fazer o contrário. Nunca lhes faltou coragem para tanto.
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