quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Camponesa explica (sem querer) que mercado é melhor do que fraternidade

Uma das críticas mais antigas e mais comuns à economia de mercado é que, ao estimular a competição econômica e a busca pela satisfação dos interesses individuais, esse sistema tende a fazer com que os valores morais e a solidariedade sejam postos de lado em nome de um autêntico "salve-se quem puder". Esse tipo de crítica romântica ao capitalismo é hoje muito presente nas ciências humanas, como se vê, por exemplo, no comentário do professor André ao post A palestra que não aconteceu. Críticas desse teor supõem a vida em comunidade como forma de organização social fundada em valores morais e sentimentos fraternos, mas as pessoas que as enunciam não costumam explicar se, nessa sociedade alternativa, a cooperação estaria assegurada pelo fato de que a ausência de propriedade privada devolveria o homem àquela condição de bondade inata suposta por Rousseau, ou se a vida em coletividade ofereceria incentivos (quais?) para que os indivíduos cooperassem entre si. 

sábado, 26 de novembro de 2011

Violência e ideologia nas escolas: tudo a ver

Faz algum tempo, estive na escola do meu filho para assistir a uma palestra sobre violência, a qual foi realizada porque alguns alunos da escola foram investigados e/ou advertidos pelos seguintes comportamentos inapropriados: a) andaram fazendo gozações com uma funcionária do colégio no Twitter; b) alguns alunos levaram bebida alcoólica para o colégio, e mais de uma vez; c) acharam uma faca escondida no banheiro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O determinismo ambiental está vivo e a esquerda apoia!

Já cansei de ler que o determinismo ambiental é uma ideologia criada pelas "classes dominantes" europeias para justificar o colonialismo e que foi aproveitada pelos nazistas para legitimar o expansionismo alemão. Não que isso seja falso, mas o problema é que esse discurso é tão unilateral que acaba distorcendo a verdade, pois a tese de que as condições ambientais determinam em larga medida os processos históricos era muito bem aceita pelos teóricos ligados à esquerda política durante o século XIX e primeira metade do século XX. 

sábado, 19 de novembro de 2011

Diplomatizzando publicou o artigo sobre a palestra que não aconteceu. Ou: flagraram nossa “estupidez acadêmica”

No post A palestra que não aconteceu, comentei que o artigo com o conteúdo da fala que proferi durante o XIX Enga foi excluído da coletânea que deveria ser publicada com os trabalhos desse evento. Mais tarde, publiquei no site Escola Sem Partido um texto bem mais curto, intitulado Difamação contra o agronegócio vai continuar, usando uma pequena parte do conteúdo daquele trabalho. Depois de mais algum tempo, visitei o blog Diplomatizzando, do cientista social e diplomata Paulo Roberto de Almeida, e descobri que ele havia publicado esse segundo texto e também parte do primeiro, assim como o link para as pessoas que desejassem baixá-lo (aquela versão tinha 30 páginas, afinal). 


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os "dois Brasis" em versão racialista

Acabei de ler uma matéria na Veja Online intitulada IBGE mostra a persistência de dois 'Brasis', a qual comenta as mais recentes informações divulgadas a respeito do Censo Demográfico 2010. Em outros tempos, os jornalistas dariam maior destaque às diferenças de renda observadas entre estados e entre regiões, mas, nesta era em que o politicamente correto tem ditado a pauta dos debates públicos, são as diferenças supostamente raciais que ganharam maior relevo. Vejamos algumas afirmações feitas na matéria com base nos dados:

domingo, 13 de novembro de 2011

Marcelo Lopes de Souza é como qualquer militante primitivo de esquerda

Na palestra Da “arqueologia” à “genealogia”: balanço e perspectivas dos vínculos entre a geografia e o pensamento libertário, Marcelo Lopes de Souza (2009) passou mais de uma hora a repetir chavões da geografia crítica (embora diga que não pertence a tal linha de pensamento). Sempre preocupado em se mostrar um intelectual sofisticado e politicamente progressista, definiu o tal "pensamento libertário" como uma tradição intelectual que se propõem a fazer a crítica tanto do capitalismo quanto do socialismo burocrático, abrangendo autores como Foucault e Castoriadis, entre muitos outros. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O "manifesto" de uma geógrafa viúva da revolução

Uma afirmação de Milton Santos que se tornou emblemática durante a consolidação da geocrítica como corrente hegemônica da geografia era a de que essa ciência estava “viúva do espaço”. Contudo, os avanços sociais logrados sob o capitalismo (jamais reconhecidos por Santos e outros geocríticos) colocaram em xeque as visões que eles construíram acerca do espaço e das relações entre Estado, mercado e sociedade. Para piorar, o desastre socialista deixou os geocríticos viúvos da revolução, o que levou a maioria deles a substituir a tese da centralidade operária pelo discurso politicamente correto em favor das minorias sociológicas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CQD: Não existe "movimento estudantil" no Brasil atual

Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, afirmei que as entidades representativas do dito "movimento estudantil" carecem de representatividade e que, desde meados dos anos 1980, atuam de forma politicamente subordinada a partidos e grupelhos de esquerda. Publiquei até dois posts detalhando essa avaliação aqui no Tomatadas, como se pode ver acessando o marcador Universidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Professores da FFLCH-USP querem que o campus seja território de corporações

A Congregação da FFLCH-USP, no pronunciamento público em que faz média com o bando que invadiu o prédio da administração dessa faculdade, revela o modo de pensar autoritário e politicamente manhoso de nossa intelectualidade. Já comentei o pacifismo hipócrita do pronunciamento no post anterior, então vou destacar uma passagem que, obliquamente, mostra o pendor autoritário dos seus autores.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

As ciências humanas da USP: hipocrisia e atração pela delinquência

Tenho simpatia pela proposta de regulamentar o uso das drogas consideradas "leves", como a maconha. Ainda assim, repudio fortemente qualquer obstrução do trabalho policial de fazer cumprir as leis em vigor, as quais são muito claras na criminalização do porte de drogas. Se as leis atuais forem ruins, devem ser mudadas pelas vias constitucionais, não pela ação de traficantes que, aliados a militantes esquerdistas sem rumo e sem escrúpulos, afrontam a democracia e o estado de direito!