segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Lula e a fome: lágrimas de crocodilo

Lula até hoje explora o fato de ter nascido pobre para fingir-se de político muito preocupado com a situação dos mais pobres - embora ele tenha ficado milionário sem fazer nada além de política... Também ajuda na construção dessa farsa a facilidade que ele tem de verter lágrimas de crocodilo quando lhe convém. A demonstração mais recente disso foi quando ele, já eleito, chorou ao fazer um discurso sobre a fome.

Ora, a história política de Lula prova que esse sujeito não tem, nem nunca teve a mais mínima preocupação que seja com pobreza e fome! Os primeiros programas federais de combate à pobreza baseados em transferência de renda foram instituídos no governo Fernando Henrique Cardoso, o FHC, em 2001. O que Lula disse a respeito? Que o dinheiro transferido pelo Bolsa Escola e pelo Bolsa Renda eram uma "esmola". Um mês antes, a palavra "esmola" já tinha sido usada para depreciar os programas de combate à pobreza pelo petista José Genoino (que anos mais tarde foi preso por corrupção). De fato, Lula e o PT eram contra os programas de bolsa porque alegavam que a pobreza só pode ser combatida com reformas de base, tais como a reforma agrária e outras reformas voltadas para a transformação da estrutura produtiva.

Chegando ao poder, porém, Lula deu continuidade aos programas de bolsa de FHC, mas passou a falar como se esses programas tivessem sido defendidos pelo PT desde sempre. Hipocrisia pura, mas a canalhice política maior nem está aí, e sim no fato de que o PT de Lula não se limitou a condenar os programas de transferência de renda instituídos por FHC. O PT foi muito além disso, pois também impediu pessoas pobres de receber os benefícios durante vários meses! Vejamos:

Assim como o Bolsa Família atualmente, o Bolsa Escola de FHC exigia a participação de prefeituras no cadastro de mães e estudantes. Em agosto de 2001, prefeitos do PT decidiram boicotar o programa porque viam nele assistencialismo e motivações eleitorais - duas críticas contra as quais eles próprios se debateriam uma década depois. O boicote evitou que 250 mil estudantes recebessem o benefício (NARLOCH, L. Guia politicamente incorreto da economia brasileira. São Paulo: Leya, 2015, p. 97).

Portanto, Lula, líder inconteste desse partido - que já foi chamado de "organização criminosa" por Geraldo Alckmin - atacou os programas de bolsa instituídos pelo governo FHC e não se incomodou em saber que os prefeitos petistas sabotaram tais programas de modo a impedir que 250 mil estudantes carentes recebessem bolsa. Agora, ele chora ao fazer um discurso sobre a fome, e muita gente sem memória aplaude isso!

Lula é a canalhice política em seu mais elevado grau - e ressalto que não estou falando dele como pessoa, mas sim como político. Pior do que ele, não existe, muito embora Bolsonaro consiga a proeza de ser tão nefasto quanto Lula.

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