Uma das melhores análises que li sobre as reações ocidentais à explosão de violência e intolerância detonada pelo vídeo que ridicularizava Maomé foi elaborada pelo cientista político Heni Ozi Cukier, e serve igualmente bem para balizar a discussão sobre o ataque à estudante Malala e a participação de jihadistas nas insurreições contra a ditadura síria. O argumento central dele é que o discurso politicamente correto e o relativismo cultural são impotentes para a construção de uma crítica construtiva à violência e intolerância religiosa que marcam o Oriente Médio, já que, ao buscarem explicar tais fenômenos, acabam apontando causas externas à região e/ou justificando a barbárie com o argumento de que os muçulmanos são democráticos de uma forma própria. Por isso, ele propõe que é preciso entender esses problemas como tendo causas internas aos países islâmicos, sendo a principal delas a rejeição aos valores democráticos.
Nesse sentido, o autor propõe a mesma linha de análise que eu procurei desenvolver no post que comenta a onda de violência ocorrida no rastro do vídeo acima citado, conforme se lê aqui. Abaixo, publico o texto de Cukier.