domingo, 2 de julho de 2023

Socialistas não amam gays e mulheres: apenas odeiam a liberdade

Se um trabalhador é demitido porque fez um comentário nas redes sociais que possa ser considerado machista ou homofóbico (mesmo que apenas aos olhos da cultura woke), a esquerda socialista e identitária aplaude e, espantosamente, usa o seguinte argumento: se a empresa cultiva certos valores, está no direito da empresa demitir o funcionário que não pratica os mesmos valores. Eu repudio tal argumento porque uma empresa privada não pode policiar o que um funcionário faz em sua vida privada, nem pode usar o poder de contratar e demitir para censurar opiniões que não têm relação com a atividade profissional do empregado.

Então, os esquerdistas, querendo achar contradição nesse posicionamento, respondem que o liberalismo econômico implica a liberdade da empresa para contratar e demitir, de modo que os defensores do livre mercado deveriam ser favoráveis a essa prática. O argumento é errado porque a defesa do livre mercado significa que empregados devem ser contratados e demitidos em função de critérios meritocráticos, e não segundo valores que nada têm a ver com eficiência econômica e com o desempenho do trabalhador em suas funções. De fato, no tempo das corporações de ofício, um pedreiro ou alfaiate podia ser proibido de integrar a guilda de sua cidade, ficando assim impedido de exercer a profissão, caso fosse filho de mãe solteira, por exemplo. Mas a esquerda quer que voltemos ao tempo das corporações de ofício, só que com a diferença de que, ao invés de o trabalhador ser excluído por decisão de outros trabalhadores, deve ser por decisão da empresa privada... Justo a esquerda socialista, segundo a qual empresas privadas são exploradoras e opressoras, vem dizer que empresários têm direito de policiar o que os empregados dizem e fazem fora do ambiente de trabalho, em suas vidas privadas!

Mas a que vêm os comentários acima? É em referência à seguinte notícia, publicada pelo Poder 360:

EUA decidem que empresas podem recusar atendimento a LGBTQIA+
Decisão da Suprema Corte permite a rejeição de serviços caso haja violação de crenças religiosas pessoais de proprietários

Essa decisão expõe muito claramente a hipocrisia da esquerda socialista e identitária, não? Afinal, se uma empresa tiver o direito de demitir um bom funcionário porque ele não partilha dos valores da empresa, isso significa que um empresário evangélico ou muçulmano, por exemplo, pode demitir um funcionário se souber que ele é gay ou pode demitir uma trabalhadora se descobrir que ela é mãe solteira. E no caso da clientela? Se a esquerda acha mesmo que o livre mercado dá ao empregador o direito de contratar e demitir com critérios sem relação alguma com meritocracia, por que então haveria de ser contra que a empresa selecione sua clientela com base em critérios que nada têm a ver com o desempenho das vendas de produtos e serviços? Afinal, essas empresas estão abrindo mão de receber dinheiro de gays porque seus donos cultivam certos valores morais e religiosos (dos quais eu discordo, aliás). Não é a esquerda que condena o livre mercado com o argumento de que a lógica da competição capitalista é estranha a considerações de ordem ética?

A esquerda socialista não ama os gays e as mulheres: apenas odeia a liberdade.

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