sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eugênio Bucci esbanja "bullshit" ao falar da reforma do ensino médio

Eugênio Bucci é, sem dúvida, o pior articulista que a revista Época publica atualmente. Ele tem a esperteza de reconhecer fragilidades nos argumentos da esquerda para ser visto como um autor moderado e lúcido, mas, logo em seguida, agride os fatos e usa de muita bullshit para manipular as emoções de seus leitores em favor dos esquerdistas. 

No texto Ainda sobre ocupar escolas (Época, n. 961, 14 nov. 2016, p. 24), ele chama os invasores de escolas de "adolescentes" e de "estudantes", muito embora grande parte deles, ou talvez até a maioria, seja formada por adultos que nem sequer cursam o ensino médio. Depois, afirma isto:
Essa meninada (sic) tem razão? É muito fácil dizer que não tem. Os argumentos que apresenta são pouco elaborados, desinformados, mal fundamentados.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Cabeça de aluno "grevista"

A vida dos professores que, assim como eu, não fazem concessões a alunos "grevistas" que montam piquetes para intimidar a maioria que quer ter aula está um inferno. Não conseguimos dar aula porque logo vem um pequeno bando com bumbos, apitos, cornetas e outros instrumentos para fazer algazarra e, assim, impedir que as aulas sejam dadas. 

Uso a palavra "grevista" entre aspas porque, na verdade, estudante nunca faz greve. Quem faz greve são trabalhadores que deixam de prestar um serviço como forma de pressionar seus patrões a cumprir acordos descumpridos e/ou para fazer exigências variadas. Mas alunos não prestam serviço algum. Pelo contrário, eles estão recebendo um serviço! Não assistir aula, portanto, não é greve, pois os únicos prejudicados com essa atitude são e só podem ser os alunos. Daí que nada é mais patético do que paralisações estudantis que exigem mudanças na política nacional, como se vê agora. Que instrumento de pressão é esse em que o único perdedor é quem usa o instrumento?

terça-feira, 8 de novembro de 2016

VIVA! Invasão na UFPR pode virar acampamento

Na manhã de hoje, uma assembleia de professores e funcionários do Departamento de Geografia da UFPR deliberou sobre o problema da invasão do edifício João José Bigarella. As duas votações me deixaram muito satisfeito. 

A primeira foi sobre enviar um comunicado formal à reitoria informando quantos professores são contra e quantos são a favor da desocupação (essa foi a palavra votada). Houve 17 votos a favor da desocupação e umas poucas abstenções. Portanto, ficou explícito que a maioria esmagadora dos professores e também dos funcionários deseja a desocupação do prédio e repudia o método utilizado pelos invasores - muito embora vários tenham se manifestado a favor da pauta reivindicatória do "movimento".

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Invasores de prédio da UFPR inventam nova modalidade de usurpação do espaço público

Quem disse que geografia não serve para nada? Alunos da UFPR acabaram de inventar um novo tipo de invasão de propriedade pública e de usurpação de prerrogativas do Estado (no caso, da universidade). Vejamos a cópia do e-mail que o "movimento" mandou aos professores.
Mensagem às professoras e aos professores do curso de Geografia. 
Bom, como já deve ser do conhecimento de vocês, nós, estudantes da Geografia, decidimos ontem em Assembleia ocupar o prédio Prof. João José Bigarella como forma de protesto aos diversos desmandos dos nossos governantes que ameaçam nossos direitos. 
A carta em anexo - de leitura obrigatória - foca principalmente na questão educacional, mas também estamos atentos a outras questões que representam um verdadeiro retrocesso, como a extinção da Mineropar, o PLS 654/2015 que modifica as regras de licenciamento ambiental, a reforma da previdência social, a flexibilização da legislação trabalhista (acordos coletivos que se sobreponham a leis trabalhistas), a PEC 215 que passa para o Legislativo a competência para demarcação das terras indígenas, a extinção do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e o PL 6583/2013 que busca instituir o Estatuto da Família. 
Como o governo federal ilegítimo não está disposto ao diálogo não nos restou outra alternativa.
A escolha do Bigarella em detrimento do prédio do CT deu-se para evitar o esvaziamento da mobilização. Caso ocupássemos o CT, estudantes deixariam de vir para a UFPR e não acompanhariam a mobilização. Em breve lançaremos um calendário de atividades e contamos com o apoio e participação de vocês. Por hora, passaremos em sala todos os períodos que tenham atividades e os convocaremos a participar. Acreditamos no potencial educativo desta mobilização e vocês também fazem parte deste processo. 
Caso queiram ingressar no prédio ocupado ou já tenham alguma atividade programada no mesmo, informamos que ele não está fechado, inclusive para estudantes da pós. Contudo, solicitamos que entrem em contato com antecedência (através do email: ocupageoufpr@gmail.com) e exponham as razões para a entrada, a qual será analisada e deliberada pelas(os) estudantes que estarão na ocupação.  
Lembramos que esta luta não é só nossa, mas de vocês também, que certamente serão afetados pelas medidas acima citadas.

“Quem não se movimenta não sente as amarras que o prendem” Rosa Luxemburgo