O que a escola esconde

Já tive oportunidade de conversar com alguns professores que, insatisfeitos com a doutrinação praticada em nosso sistema de ensino, reclamam que têm dificuldade para oferecer conteúdos alternativos aos alunos porque os livros didáticos seguem a pauta da teoria social crítica. Nesse sentido, o objetivo desta página é indicar textos curtos e de fácil leitura que podem ser usados como material de apoio pelos professores empenhados em oferecer aos estudantes a oportunidade de conhecer os fatos omitidos nos livros didáticos de história e de geografia.

O colapso da União Soviética

Esse artigo do economista russo Yegor Gaydar analisa o fracasso agrícola e industrial da antiga URSS e os efeitos geopolíticos dessa falência econômica, expressos na destruição do império soviético.


Coletânea de frases do próprio Che que desmentem o que se diz sobre ele na academia e na escola.


Matéria da Revista Piauí (já comentada em um post deste blog) que mostra o fracasso econômico e social do socialismo cubano - inclusive no que diz respeito ao seu sistema de saúde.

Um dos pilares da geografia escolar brasileira são as teorias do subdesenvolvimento e da dependência, que explicariam as desigualdades entre países. Pois esse texto destrói todas as bobagens que José W. Vesentini, Vânia Vlach e outros autores de livros didáticos já escreveram sobre o tema.

Difamação do liberalismo e do conservadorismo em sala de aula

Esse post compara uma passagem de livro didático de José W. Vesentini com um texto de João Pereira Coutinho que mostra as contribuições do conservadorismo para a democracia e a igualdade.

"As ideias conservadoras"

Resenha do geógrafo Fernando R. F. de Lima sobre livro de João Pereira Coutinho

Doutrinação e empulhação no ensino de geografia

Texto do professor Anselmo Heidrich sobre o uso ideológico de projeções cartográficas

Fato: menos filhos por mulher reduziu a pobreza e a desigualdade no Brasil

Professores de geografia acham que reconhecer o fato descrito acima, comprovado pelos Censos Demográficos do IBGE, significa culpar os pobres pela pobreza. Bobagem. Não existe "culpa" quando se trata de discutir demografia. Existem fatos e o esforço para explicá-los cientificamente.

O mundo distorcido em nossas escolas

Os professores ainda dividem o mundo em Norte e Sul, o que é uma versão repaginada da velha oposição entre desenvolvimento e subdesenvolvimento. Pois esse texto mostra o quanto tal regionalização do mundo é equivocada e anacrônica!

Quando o PT confirmou que foi bom vender a Vale do Rio Doce

Os professores transformam os discursos político-eleitorais do PT sobre as privatizações em conteúdo didático sem nem perceberem que a prática desse partido contradiz seus discursos!

22 comentários:

  1. Mais a maioria dos professores adquire essa visão tendenciosa na universidade, principalmente na UFPR. É um pensamento quase geral dos professores de humanas da ufpr. E com relação aos livros, hoje vejo uma tendencia por uma analise cultural, já não está tao tendencioso, e cabe lembrar que livro didático é material de apoio.

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    1. A universidade transmite mesmo essa visão tendenciosa aos futuros professores, os quais, uma vez formados, a repassam para seus alunos de ensino médio. Daí que a doutrinação ideológica está presente em todos os níveis de ensino. Eu descrevi esse processo no artigo que publiquei na revista Conhecimento Prático - Geografia. Ver também os posts que publiquei recentemente sobre o tema da doutrinação, em que comparo livros didáticos de ontem e de hoje.

      E, se é verdade que o livro didático pode ser usado só como material de apoio, na prática, ele é bem mais do que isso. Foi o que mostrou uma pesquisa de campo organizada por mim, cujos resultados estão no artigo "A Situação do Ensino no Brasil" (link ao lado).

      Além disso, o enfoque cultural não diminui em nada o viés ideológico esquerdista dos livros didáticos e professores, pois, conforme eu discuti nos meus textos sobre a geocrítica (ver A Seção "Artigos", na barra lateral deste blog), a crise do marxismo levou os intelectuais críticos a se aproximarem da temática cultural e das abordagens humanistas no intuito de reduzir o uso do jargão marxista e economicista sem terem de rever nada do que já tinham escrito antes sobre o capitalismo. De fato, os estudos de geografia cultural, inclusive na sua apropriação pelo ensino médio, só fazem reforçar a ideia de que o capitalismo e as empresas privadas são "do mal", enquanto os "movimentos sociais", os agricultores familiares, os índios, e assim por diante, são "do bem". Quando der eu escrevo um pouco mais sobre isso.

      E obrigado por seus comentários

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    2. Pior que é verdade, ainda bem que tem varios autores desconstruindo esse "pensamento único". O complicado é achar livros de geografia que abordem os temas sem essa visão de esquerda. Eu trabalhei a questão da globalização com os alunos, tive que procurar uma visão de alguns economistas, para não passar só aquela ideia simplista de que globalização aumenta a desigualdade, acaba com a cultura do pais, explora os países pobres...
      E quando tem esses encontros de professores no estado, a gente nem consegue discutir a metodologia, pois a maioria vem com aquele blá blá marxista, fogem do tema, falam um monte do sistema e não mostram soluções. A geografia tem que renovar a base de pensamento, senao vms perder espaço no mercado de trabalho. Também sinto que os mesmo são bem intolerantes quando vc questiona algumas dessas verdades. abcos

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    3. Obrigado pelo seu comentário. Você se incomodaria se eu o enviasse ao coordenador do site Escola Sem Partido para eventual publicação lá? Nesse caso, você poderia dizer o seu nome e a série em que leciona?

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    4. Muito bom o seu blog, creio que uma forma de não cair nessa doutrinação protegendo os alunos dessa visão unilateral da geocritica é definir a geografia em sala de aula com outra definição que não de Milton Santos, que define como estudo do espaço social se aceitamos isso o caminho é aberto para todo enfoque da teoria social crítica. Podemos por exemplo definir geografia como ciência social(objeto) que seu enfoque é: estudar a ação dos grupo humanos e seu nível de tranfomacao e interação com a natureza sobre a superfície da terra, localizando descrevendo e interpetamdo o nível da ação mediante quatro conceitos: espaço, paisagem,região, território e lugar. Livro didatico no brasil é muito dificil conseguir que não tenha esse viés ideológico. O livro de Yves Lacoste a geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra, está na hora de nós geografos críticos dessa pes pctiva escrevermos um livro: geocritica: isso serve em primeiro lugar para revolução e anarquia.

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    5. Obrigado pelo seu comentário. Sua linha de reflexão é interessante para descobrir novos caminhos para a geografia. Um texto muito bom sobre esse tema é do Paulo César da Costa Gomes, e pode ser encontrado aqui: https://3ae309dd-a509-4717-9bff-4f8cc7d5a38d.filesusr.com/ugd/d053a1_fe62b2738a5d4e318a7009c6c62cbf79.pdf

      E você tem toda a razão: se a Geografia Tradicional servia a interesses geopolíticos dos Estados maiores, a geografia crítica só serve para fomentar ações violentas de militantes políticos que querem fazer revolução socialista ou anarquista, mas que não passam de fascistoides de esquerda.

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  2. O pior de tudo é como essa "política pedagógica" afeta todas as disciplinas. Cursos de licenciatura "técnicas", como ciências e matemática, tem cargas pesadíssimas da parte de pedagogia, usualmente com ênfase em pedagogos de esquerda e a ideia de que o aluno pode aprender sozinho ao seu tempo (sem o conhecimento teórico necessário, não acho que isso seja possível), e pouca enfase na parte da disciplina estudada. Os futuros professores saem sabendo "como" dar aulas (segundo a lógica socialista, claro), mas não sabe sobre "o que" dar aulas. Resultado, ainda se ensinam aberrações como os vertebrados serem classificados em peixes, anfíbios, repteis, aves e mamíferos (coisa que se sabe errada há mais de meio século), e os alunos mal chegam perto de saberem coisas como a física moderna - mal aprendem a newtoniana!

    E esta situação está fazendo com que o país afunde cada vez mais em falta de conhecimento, falta de tecnologia, falta de mercado de trabalho - e de trabalhadores - especializados e, o que eu considero pior, estas disciplinas são importantes para fazer com que as crianças e adolescentes desenvolvam raciocínio lógico, o que é claro deve ser evitado, pois poderia afetar paixonites políticas.

    Mas tente, como licenciado nestas áreas, explicar que sua função não é cuidar de alunos e seus problemas sociais, mas sim, ensinar-lhes o conhecimento científico e trabalhar para que os alunos sejam capazes de explicar e até resolver problemas. Você é execrado e te jogam na cara que sua função é "formar cidadão". Mas dá pra chamar de cidadão uma pessoa que não sabe matemática nem para controlar a sua economia doméstica? Que tipo de "cidadão" esse pessoal está formando?

    Camila

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário, Camila. De fato, os nossos pedagogos, inspirados em Freire, execram o que chamam de "conteudismo" e supervalorizam o método pedagógico. Mas nem sequer conseguem ser claros ao dizer qual ou quais seriam esses métodos! Pensam a pedagogia como se fosse uma espécie de arte movida a criatividade e intenções políticas supostamente boas!

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  3. Há alternativas para "lixos" esquerdopatas como "As veias Abertas da América Latina" e "História da Riqueza do Homem", os quais fui obrigado a ler quando cursava o ensino técnico nível médio da então Escola Técnica Federal de São Paulo, nos anos 80????

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    1. Eu sinceramente não conheço livros didáticos de história e de geografia que rompam com as visões marxistas e terceiro-mundistas desses livros que os professores mandam os alunos ler. Me contaram que Demétrio Magnoli lançou recentemente um livro didático de geografia, mas eu não tive oportunidade de conferir.

      O primeiro livro didático que ele publicou foi escrito ainda no tempo em que ele partilhava das visões da geocrítica - tanto que já publicaram refutações dessa obra no site Escola Sem Partido. Mas, como ele mudou bastante seu modo de pensar de lá para cá, um novo livro dele nessa linha pode ser uma boa alternativa ao que se tem hoje em matéria de livros didáticos. Aliás, eu também li esses dois livros, nos anos 80, por ordem das minhas professoras de ensino médio.

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    2. É preciso mesmo um livro de história, o que ando fazendo é debatendo fontes, mas precisamos de um livro pra uso em sala livre dessas ideologias e já atualizado sem essa visão ultrapassada mesmo. Parabéns pela Iniciativa Luiz

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  4. Prezado Profº,

    É uma satisfação tremenda saber que o professor é um dos que "rema contra a maré" no cenário universitário. Fiz o primeiro ano de geografia da UFPR (2003) e acabei abandonando o barco, justamente por não crer que o curso apresentaria outra coisa senão as tais "teorias críticas". De lá pra cá, tive contato com excelentes materiais e professores, sempre fora do ambiente da universidade. Gostaria que acessasse o conteúdo do site www.formacaopolitica.com.br, iniciativa louvável de um grupo de jovens, que com o apoio do IFE, estão trazendo neste mês de julho algumas palestras para Curitiba. Gostaria que o senhor desse aos seguidores deste Blog um parecer quanto ao conteúdo deste grupo de estudos, até mesmo para reforçar este modelo que acredito estar dando muito certo.

    Um abraço,

    Vicente Sobreira

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    1. Muito obrigado pela informação, Vicente! Esta semana vai ser pauleira por causa da aplicação e correção de provas, mas, assim que eu puder analisar o material, vou divulgar, sim. Abraços

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  5. Parabéns pelo blog e muito obrigado por suas contribuições. Estou em uma cruzada contra a manipulação ideológica no curso médico e a luta não está sendo fácil. Penso em, depois, escrever livros sobre o tema e também que abordem o construtivismo. O método global de ensino é usado há séculos na medicina, mas a inclusão do componente ideológico ("social") deturpa a percepção dos alunos segundo interesses do mediador (professor doutrinado) ou instrumento de mediação (currículo e fatos da realidade "selecionados"). Gostaria de saber se o Sr.teria dicas de livros ou artigos, nesse sentido, além do que já está no blog. Obrigado! Valdemar

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    1. Obrigado pelo comentário. E parabéns pelo interesse em trabalhar o problema da doutrinação em sua área.

      Sobre as indicações de bibliografia, há dois livros que foram garimpados por Herivelto Soares da Costa, que está fazendo doutorado sobre o tema comigo, e que eu posso indicar:

      REBOUL, O. "A Doutrinação" (1980).

      SNOOK, I. A. "Doutrinação e Educação" (1974).

      Vale notar que os dois livros se preocupam em combater a doutrinação, mas trabalham com conceitos diferentes do que essa prática vem a ser.

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  6. Luis Diniz conhece o projeto da Escola sem Partido á pouco tempo (um projeto muito bom por sinal) e quanto foi acessar o site levei um susto quanto visualizei um ícone de um livro "Por uma crítica da geografia crítica". Confesso que fiquei espantado com aquela visão e comecei a refletir por alguns minutos sobre aquela imagem e comecei a dizer pra mim mesmo: devo estar sonhando, tendo um delírio, será que isso é verdade, um livro que crítica à geografia crítica. Depois desta reflexão cliquei no ícone e para a minha surpresa era verdade aquilo que tinha visto confesso que fiquei muito contente e feliz porque não esperava ter visto está cena em vida de encontrar um geógrafo que não defenda a geografia critica e o marxismo. Sou formado em Geografia e durante o meu curso todas as aulas, palestras, congressos que assistir e participei os professores defendiam a ideologia marxista e consequentemente todos os meus colegas foram doutrinados por esta linha de pensamento até encontrar o seu site o único geógrafo que conhecia que não defendia o marxismo era eu. Enfim foi uma grata surpresa encontrar este site e parabéns pelo trabalho ele é de fundamental importância para a geografia.

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  7. Luis Diniz conhece o projeto da Escola sem Partido á pouco tempo (um projeto muito bom por sinal) e quanto foi acessar o site levei um susto quanto visualizei um ícone de um livro "Por uma crítica da geografia crítica". Confesso que fiquei espantado com aquela visão e comecei a refletir por alguns minutos sobre aquela imagem e comecei a dizer pra mim mesmo: devo estar sonhando, tendo um delírio, será que isso é verdade, um livro que crítica à geografia crítica. Depois desta reflexão cliquei no ícone e para a minha surpresa era verdade aquilo que tinha visto confesso que fiquei muito contente e feliz porque não esperava ter visto está cena em vida de encontrar um geógrafo que não defenda a geografia critica e o marxismo. Sou formado em Geografia e durante o meu curso todas as aulas, palestras, congressos que assistir e participei os professores defendiam a ideologia marxista e consequentemente todos os meus colegas foram doutrinados por esta linha de pensamento até encontrar o seu site o único geógrafo que conhecia que não defendia o marxismo era eu. Enfim foi uma grata surpresa encontrar este site e parabéns pelo trabalho ele é de fundamental importância para a geografia.

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    1. Agradeço muito pelos comentários, Fernando! Você poderia mandar esse seu relato sobre a dominância do marxismo no curso de Geografia que você fez para o Escola Sem Partido, pois depoimentos como os seus são muito importantes para evidenciar o problema da doutrinação.

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  8. Meu Deus. Encontrei o que precisava aqui, não aguento mais... preciso adquir os livros indicados dessa página e comecar a estudar...

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    1. Que bom, mais uma pessoa insatisfeita com o estado de coisas reinante no ensino brasileiro!

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  9. Um leitor do Blog me disse que está tendo dificuldades para comprar o livro Fundamentos Epistemológicos da Geografia. De fato, esse livro é de 2009 e eu creio que a Editora não está mais lançando novas edições. E os exemplares que eu tinha comigo eu já doei ou vendi há muito tempo. Nesse sentido, creio que agora só é possível comprar em sebos.

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