A revista Galileu faz proselitismo ideológico disfarçado de divulgação científica - com direito até à divulgação de manipulações estatísticas produzidas pelo governo Dilma. Quando fiquei sabendo que a publicação iria fazer uma matéria sobre Paulo Freire, logo previ que esta seria enviesada. Não deu outra!
A matéria ocupa seis páginas e, embora afirme que o legado de Freire é "defendido por uns e odiado por outros" (sic), não deu praticamente nenhum espaço para as críticas ao método que ele supostamente inventou. Num dado momento, reproduz brevemente a crítica jurídica de Miguel Nagib, coordenador do Escola Sem Partido, de que a aplicação de algumas ideias freirianas "viola a liberdade dos alunos e a neutralidade política e ideológica do Estado" (citado por Souza, 2017, p. 49). Depois, a matéria afirma que, em 2016, o verbete sobre Paulo Freire na Wikipedia foi "alterado com informações incorretas", mas não explica o que haveria de incorreto nas críticas que o texto fez às ideias do autor. Ao invés de discutir as críticas, limitou-se a informar que as edições no verbete foram feitas, segundo a Serpro, "em um órgão público federal cujo nome não pode ser divulgado por questões contratuais" (Souza, 2017, p. 50).
Ou seja, o artigo não discute as críticas e lança suspeitas sobre a edição do verbete por conta do anonimato do autor e do órgão público federal em cujo computador a edição foi efetuada. Mas então por que a reportagem não ignorou a edição do verbete e foi buscar críticas acadêmicas à obra de Paulo Freire, como aquelas de Bráulio Porto de Matos, David Vieira e Sol Stern? Ora, porque a Galileu só se preocupa em fazer proselitismo esquerdista, não em informar o leitor sobre os debates científicos; logo, nada mais conveniente do que reproduzir as críticas advindas de fontes facilmente descartáveis, pois assim cria-se a impressão de que os freirianos são vítimas de perseguição política.
De fato, se a a revista tivesse a preocupação de mostrar seriamente o outro lado do debate, teria de apresentar as seguintes críticas às ideias freirianas, entre outras:
- Que Paulo Freire defendeu explicitamente o assassinato de pessoas que se opõem a ditaduras socialistas, como a ditadura cubana (Freire, 1987, localização 99), e que isso comprova que ele era autoritário e que não estava interessado em discutir educação; pelo contrário, ele queria fazer doutrinação socialista por meio da escola.
- Que a prática dialógica proposta por Freire e seus seguidores nada mais é do que uma forma camuflada de "educação bancária", posto que o professor freiriano apresenta uma única explicação para os problemas cotidianos relatados pelos alunos, que é a ideologia em que o professor acredita, e deixa-os na ignorância sobre a existência de pesquisas científicas que explicam os problemas sociais e econômicos de outras formas.
- Que o dito "Método Paulo Freire" de alfabetização de adultos não existe, pois trata-se apenas duma instrumentalização política e ideológica de métodos de ensino que já eram usados desde, pelo menos, 1915.
- Que a neurociência contesta a eficácia de métodos de alfabetização de tipo "global", como são os casos do construtivismo e também do mal chamado "método Paulo Freire", já que o método de alfabetização mais eficaz é o fônico.
Nesse sentido, cabe fazer à Galileu críticas semelhantes àquelas que eu faço aos doutrinadores que seguem as ideias de Paulo Freire: elaboração de conteúdos unilaterais e com vistas a levar o leitor ou o aluno a crer que a mensagem política da revista ou do professor é uma verdade científica. A grande diferença está em que ninguém é obrigado a comprar e ler a Galileu, mas os estudantes são forçados a assistir aulas com professores que trocam ensino por proselitismo. É a isso que Miguel Nagib se refere quando afirma, corretamente, que a doutrinação viola a liberdade de aprender e a necessária neutralidade política e ideológica do Estado.
Postagens relacionadas
- - - - - - - - - - -
Postagens relacionadas
- Vale a pena ler "O que é Método Paulo Freire"
- Pau bem dado em Paulo Freire na Gazeta do Povo
- Jornalista faz "desagravo" a Paulo Freire e acaba me dando razão
- - - - - - - - - - -
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed., Rio de Janeiro: Paz & Terra, (Coleção O Mundo, Hoje, v. 21), 1987.
SOUZA, M. Ao mestre, com carinho? Galileu, n. 310, p. 46-53, 17 maio 2017,
Escreva um livro sobre educação mas ao invés de ter esse tema principal, enalteça Hitler e o nazismo pra ver o que acontece!
ResponderExcluirEscreva um livro sobre educação, escreva-o com erros gramaticais e neologismos patéticos num texto confuso e nada objetivo além da clara defesa de Mao Tse Tung - O MAIOR GENOCIDA DA HIST´RIA DA HUMANIDADE!- e vire o herói da educação Gramscista. kkkkk Essa esquerda é patética pois sua desonestidade é tão notória quanto o sol num dia limpo!