O jornal Gazeta do Povo publicou estes dias um excelente editorial contra a ideologização do Enem. O questionamento se concentrou na prova de redação, que é particularmente importante para os alunos. O fulcro do problema está na possibilidade de um aluno zerar nessa prova se emitir opiniões que se contraponham aos "direitos humanos", mas num contexto em que o próprio governo já definiu, com base em ideologias políticas, o que entende por "direitos humanos".
O texto completo pode ser lido aqui. Abaixo, destaco um parágrafo que sintetiza a crítica do jornal:
À primeira vista, pareceria não haver problema algum em pedir "respeito aos direitos humanos" na redação do Enem; no entanto, o governo federal tem uma visão muito peculiar do que sejam direitos humanos, expressa na terceira edição do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), objeto do Decreto 7.037/2009, atualizado pelo Decreto 7.177/2010. Nesse plano, o governo federal não aborda apenas temas consensuais na sociedade brasileira, como a condenação ao racismo ou à violência contra a mulher, mas também impõe uma série de visões sobre assuntos controversos, como a defesa do direito ao aborto, questões relativas à identidade sexual, à relativização do direito à propriedade rural e ao controle dos meios de comunicação, plataformas dos partidos de esquerda atualmente no poder. O governo federal só mitigou alguns trechos do PNDH3 após forte reação popular.
Diniz, não há só excesso ideológico na confecção do Enem, também há uma incompetência explícita na metodologia de avaliação do exame. Veja este caso:
ResponderExcluirExcesso de ideologia no Enem e falha na metodologia de avaliação do Enem:
Falha metodológica patética do Inep: As 300 melhores escolas do Brasil no Enem -http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-500-melhores-escolas-do-pais-no-enem via @exame_com
Que a escola Objetivo falte com a ética, infelizmente ocorre mesmo devido à brecha legal, pois não há mínimo necessário para avaliação. Daí, a direção da escola escolhe sua 'elite' para fazer a prova e, claro, sobe sua nota. MAS, que gestores e técnicos, teoricamente competentes, não conseguem estipular regras minimamente aceitáveis para avaliarem as escolas e não formarem vieses metodológicos é, simplesmente, patético. Esta é a "competência" digna dos populistas.
Números e classificações por desempenho têm realmente um efeito psicológico muito forte, como mostram os psicólogos. Daí essa mutreta do Objetivo para ter a "melhor" escola do país e fazer propaganda em cima disso. Mas é como você disse: como é que os técnicos do INEP não conseguem criar métodos de avaliação das escolas que sirvam para desmontar esse tipo de truque publicitário? Realmente, é patético!
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