segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Universidades federais nunca serão centros de excelência

Conforme noticiado recentemente, a lei que obriga as universidades federais a reservar 50% de suas vagas para estudantes pretos, pardos e provenientes de escolas públicas não vai valer para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, e para o Instituto Militar de Engenharia - IME. A desculpa usada para deixá-los de fora da demagogia das cotas foi determinar que a lei só vai valer para as instituições administrativamente vinculadas ao Ministério da Educação e Cultura - MEC, não para esses institutos subordinados à Aeronáutica e ao Exército, respectivamente. Qual seria a razão disso? Então o governo acha que as políticas justificadas com o argumento da "inclusão social" não devem valer justamente para a formação de engenheiros nas melhores instituições de ensino tecnológico do país?


O jornalista Reinaldo Azevedo respondeu à questão de forma bastante lúcida e sintética (texto completo aqui):
Porque recebe alguns dos alunos mais preparados do país — e, infelizmente, há mais candidatos do que vagas —, o ITA pode ministrar um curso de alta performance. A coisa por lá é tensa no que respeita ao desempenho intelectual. E assim é nos centros tecnológicos mais avançados do mundo. Ao ITA, recebendo, por óbvio, alunos muitos menos preparados, restaria, caso aderisse ao modelo [de cotas], uma de duas alternativas:
a) rebaixar o seu padrão de exigência, o que significaria, por óbvio, queda da qualidade num tempo muito curto e migração das melhores cabeças, então, para cursos privados de alta performance — existem;
b) manter o seu padrão de exigência e excluir, na prática, logo no primeiro ano, os menos preparados. A escola manteria a excelência, mas formaria menos engenheiros aeronáuticos.
A essa avaliação do jornalista, tenho a acrescentar apenas o seguinte: como a exclusão do ITA e IME da política de cotas comprova que as "ações afirmativas" são incompatíveis com a excelência acadêmica, a obrigatoriedade de as universidades federais reservarem cotas implica necessariamente reconhecer que essas instituições não são aptas a formar profissionais altamente qualificados e, mais ainda, implica condená-las a jamais atingir um padrão de excelência em formação profissional. Afinal, qualquer tentativa de elevar muito os níveis de exigência esbarrará inevitavelmente no fato de que as federais terão cerca de metade de seus alunos selecionados entre os mais fracos do ensino público. 

Noutros termos, a nova lei de cotas torna oficial e institucionalizada a política de fazer das universidades federais centros de formação de profissionais meia boca. Mais do que nunca, fica provado que os governos do PT inauguraram, como diz Augusto Nunes, A Era da Mediocridade!

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