sábado, 22 de outubro de 2011

Contra os idiotas, fatos e também o bom e velho mau humor

Estou lendo o livro A volta do idiota (Lexikon, 2007), que complementa o Manual do perfeito idiota latino-americano, publicado dez anos antes. Ambos foram escritos por Plinio A. Mendoza, Carlos A. Montaner e Álvaro V. Llosa, os quais desmontam as ideologias populistas e socialistas que fazem tanto sucesso aqui na América Latina, para desgraça da região. As armas de suas críticas são: conhecimento histórico, estatísticas socioeconômicas e, por fim, mau humor de qualidade (conforme já comentei noutro post). 

Um dos poucos reparos que eu faria ao livro é que, em certos momentos, são citadas estatísticas sem a devida referência à fonte que as produziu. Entendo que trabalhos jornalísticos como esse costumam omitir detalhes para tornar a leitura palatável para um público amplo, mas, como os próprios autores destacam que a realidade empírica é a maior prova das idiotices que são ditas e feitas em nome daquelas ideologias, deveriam ter aberto uma exceção neste caso para enfatizar o rigor das suas refutações. 

Mas não vou comentar agora as informações usadas no livro para demolir as imposturas e fiascos de Chávez e Morales, entre muitos outros políticos e intelectuais. No momento, quero destacar apenas o humor que, vez por outra, tempera a leitura do livro. Aqui estão duas citações que, além de esclarecerem muitíssimo bem os estratagemas essenciais que dão corpo a todas as formas de populismo, primam por uma ironia elegante: 
  • "O grande escritor liberal norte-americano H. L. Mencken definiu o demagogo como 'aquele que prega doutrinas que sabe falsas a homens que sabe idiotas'. Poderíamos definir o populista, essa bizarra variante latino-americana do demagogo, como aquele que desperdiça dinheiro que sabe alheio em nome daqueles dos quais o expropria – e sob aplausos de foca das próprias vítimas, o que é mais grave". 
  • "O populismo governa contra a oligarquia tradicional, inclusive depois que esta já morreu – estranho ato de necromancia política".
Dada a frequência com que intelectuais brasileiros elogiam figuras como Hugo Chávez e Evo Morales, considero essa obra uma leitura obrigatória para quem quiser tirar da cabeça as velhas ideias que aprendeu na escola. 

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