A última edição do Informativo que a Associação dos Professores da UFPR deixou no meu escaninho conseguiu a proeza de ser ruim até em relação à média das edições dessa publicação. Tão ruim que, mal acabei de ler, meu cérebro já começou a pensar numas tomatadas para lançar contra essa publicação aqui no blog. Mas Adonai Sant'Anna, professor do Departamento de Matemática da UFPR, acabou de publicar um texto em seu blog que é exemplar como tomatada contra essa "nefasta associação", conforme ele escreve. O texto completo pode ser lido aqui, e eu recomendo fortemente essa leitura. Abaixo, cito alguns parágrafos particularmente felizes:
Novamente o assunto da hora na APUFPR é greve nas instituições federais de ensino superior (ifes). E novamente o discurso inicial é a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. No entanto, as palavras-chave das doze páginas da edição especial acima citada são "remuneração", "recomposição salarial", "reajuste (salarial)", "vencimento básico", "gratificações", "salário", "definição remuneratória", "composição remuneratória", "perdas inflacionárias", entre outras que remetem simplesmente ao mesmo tema: dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Onde estão termos como "mérito", "meritocracia", "inovação", "internacionalização", "produção"?Uma das críticas promovidas pela APUFPR é sobre a criação (em 2006) da classe de professor associado nas ifes. Segundo este órgão, "a criação da nova classe alongou em no mínimo oito anos a possibilidade de se aposentar no topo da carreira, já que o cargo de professor titular somente era acessível por novo concurso público."É inacreditável, mas esses primários sindicalistas consideram que o topo de carreira de um professor universitário é avaliado a partir da classe que aparece em seu contracheque. Além disso, o texto acima sugere que existe uma corrida contra o tempo, entre professores, para conseguir a aposentadoria no menor tempo de serviço e com o maior rendimento possível.
Talvez eu discorde do professor em um ou outro ponto, como a sua avaliação do Funpresp, mas estou de pleno acordo com a caracterização que ele faz da famigerada APUFPR e, por extensão, da Andes. É muito, muito bom mesmo, saber que não sou o único professor da UFPR a ter essa visão do nosso sindicato.
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