domingo, 18 de setembro de 2011

Comentário de um aluno sobre o dito "movimento estudantil"

Concedi uma entrevista ao jornal Gazeta do Povo para tratar da partidarização da política estudantil, algo que vem sendo muito discutido neste momento em que o DCE decretou greve dos estudantes (sic!). Um aluno me mandou um e-mail sobre a entrevista e me autorizou a publicá-lo aqui, desde que eu não citasse o seu nome. As razões do anonimato ficam claras ao final do comentário que ele fez, conforme segue.


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Gostei da matéria publicada no dia 15 desse mês na Gazeta do Povo, que diz respeito à questão da legitimidade da representação do movimento estudantil no nosso estado. Gostei ainda mais da sua entrevista e acho que já estava na hora desse assunto ser colocado em debate.

Não sou contrário à greve dos servidores e agora dos professores, mas o fato dos alunos entrarem em greve é um exagero. Num panfleto, o DCE coloca que os alunos estão em greve para somar a luta dos servidores e também aproveitar o momento para reivindicar melhorias para a universidade:

"Nós, estudantes, podemos perceber tal deterioração das condições de ensino nos diferentes cursos e através de diferentes problemas, como falta de professores, salas superlotadas, falta de moradia estudantil pelos diversos campi, escassez de bolsas permanência voltadas à pesquisa – em contraposição grande quantidade de bolsas voltadas a trabalho burocrático - e no aumento das filas nos RUs".

No entanto, no meu período de curso, não presenciei falta de professores, nunca houve sala superlotada, tenho conhecidos de vários cursos que residem na casa do estudante, sempre tem bolsa pra quem é interessado e está “por dentro” no setor (claro que não pra todos, até porque nem todos optam pela pesquisa), temos aulas de campo, laboratório de informática, quando almoço algumas vezes no RU as filas, apesar de longas, são rápidas (ao menos no centro politécnico). Eu NÃO estou em greve, mas os alunos da UFPR sim, que discordância. Para que servem seus CAs fora dos tempos de greve?

Se pudéssemos compartilhar as ideias, gostaria de sugerir que, sem greve, lutássemos por uma biblioteca mais digna, mais vagas para cursos de idiomas no CELIN, mais bolsas de intercâmbio internacional, que são para o nosso aprimoramento, porque basicamente temos boas condições de nos formar.

É complicado, percebo que quem não concorda com as opiniões reinantes ali dentro sofre bullying. Qualquer pensamento contrário é "fascista", de gente acomodada, tapada, e, por não ser aceito, uma boa parte do pessoal se retrai e não participa. Só que esses são muitos e em um determinado momento as coisas vão ter que começar a mudar.

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